segunda-feira, 11 de janeiro de 2010





O Design Participativo é uma área de pesquisa em Design do Departamento de Artes e Design da Puc-Rio. Este ganha corpo numa metodologia de desenvolvimento de produtos que valoriza, sobretudo, as formas de interação entre o Designer o e contexto com o qual ele deseja elaborar objetos. Esta interação (entre Designer e contexto) se dá a partir da relação de troca em vários níveis com um intercessor. O designer irá então, através da observação participante das práticas do intercessor, "tomar" seu objeto de pesquisa, ou seja, o contexto. Somente a partir desta observação passará a propor a interferência de objetos. Os objetos serão, desta maneira, elaborados em consonância com os anseios e metas do intercessor, este pertencente a um contexto maior.


retirado de:
http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/anabranc/portugues/LabdePesqemDesign/Desenhando%20Carnaval.htm





A proposta do Design Participativo é valorizar a participação de usuários durante o processo de desenvolvimento de produtos e serviços.
Através de oficinas e ferramentas colaborativas, os usuários participam ativamente da definição das características do que está sendo projetado.
Design Participativo é parte da transição das Sociedades de Massa rumo às Sociedades Civis. O consumidor assume seu papel de cidadão, participa da criação de bens culturais, exercita a crítica e atua politicamente.


Abordagem escandinava

Existem várias abordagens para o Design Participativo, porém, cabe ressaltar o pioneirismo da abordagem escandinava.
Durante os anos 1960 e 1970 foram desenvolvidos projetos para a democratização da tecnologia envolvendo pesquisadores, sindicatos e operários.
Em 1977, o governo da Noruega promulgou uma lei que exigia a participação de trabalhadores na reestruturação de seu ambiente e ferramentas de trabalho, porém, a participação dependia da mediação dos sindicatos.
Em 1981, o projeto UTOPIA tentou superar as limitações de participação com a inclusão de trabalhadores no processo de desenvolvimento de tecnologias.

O projeto UTOPIA foi referência para diversas pesquisas subseqüentes, particularmente na área de Computer Supported Cooperative Work (CSCW).
A partir dos anos 1990, algumas empresas produtoras de tecnologias passaram a incluir o design participativo no seu leque de métodos para a pesquisa e desenvolvimento de produto.


Vantagens

Uma das vantagens (e desafios) do design participativo é sua capacidade de motivar as pessoas a se envolverem no delineamento do futuro a partir das experiências vividas no passado e no presente. Tendo vivência real da situação, os participantes podem contribuir com propriedade, enfatizando os aspectos que lhe são cruciais, como:

-dilemas políticos
-tabus
-relações de poder
-fluxo de trabalho
-afetividade
-dialetos


Debate e consenso

Como os interesses e vivências são diferenciados para cada pessoa, a todo momento, converge-se ao debate. Além de discutir os sistemas, os participantes descobrem entre si novas visões sobre as situações vividas e o efeito destas visões na própria situação, conscientizando-se assim do papel político do cotidiano no delineamento da própria sociedade.
Como a participação pressupõe a atuação coletiva, é preciso chegar ao consenso para progredir num mesmo caminho.

Os desejos de uma pessoa podem ser diametralmente opostos a de outra pessoa e, mesmo numa mesma pessoa, podem haver desejos contraditórios.
É preciso, portanto, consensualizar os desejos que todos concordem que sejam realizados.
O desejo transforma-se, então, num objetivo claro a que todos estão conscientes.
Cada ação no grupo será balisada nesse objetivo, mas esse objetivo poderá ser, a cada ação, reavaliado.
A crítica deve ser incentivada, especialmente para perceber a presença de forças sociais externas à atividade projetual.

É preciso cuidar para que os objetivos consensualizados não entrem em forte contradição com os interesses de subgrupos ou indivíduos, privando-os de sua liberdade.


Limitações

A abordagem política de design participativo desenvolvida na Escola Escandinava não é muito difundida no Design de Interação, pois não é possível aplicar os mesmos métodos empregados na cultura escandinava em culturas diferentes, como ambientes corporativos que não são caracterizados pela alta união, por uma legislação que assegura o papel do usuário no design do sistema ou por um processo de desenvolvimento de software de pequena escala.
Com raras exceções, quando o termo aparece fora do contexto escandinavo é para descrever exercícios pontuais de “como seria se fosse diferente do que é...”, que fazem parte de processos pouco participativos.


Como fazer

Não existem muitas referências práticas sobre como proceder ao adotar o Design Participativo em projetos de Design de Interação. Os autores argumentam que a prática depende muito da situação e não se pode generalizar um processo válido para qualquer situação.
Entretanto, alguns elementos são recorrentes em processo de Design Participativo


retirado de:
http://www.faberludens.com.br/pt-br/node/35

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